Reseña del libro "Viola de Arame: Praticas e Contextos (en Portugués)"
A viola de Cinco Ordens ou Viola de Arame é o instrumento mais tocado desde o séc. XVIII numa vasta zona geográfica e cultural (Lusofonia Atlântica) que vai desde o Norte de Portugal até ao Sul do Brasil, passando pelos arquipélagos dos Açores, da Madeira e de Cabo Verde. A disseminação, primeiro nacional e depois colonial, trouxe diferentes afinações e diversas variações na apresentação do instrumento, mas manteve a essência, no modo de tocar. A Viola impôs-se como instrumento predileto no meio urbano e aristocrático ao longo do séc. XVIII transferindo-se gradualmente também para os salões da alta burguesia, em ambiente recatado e intimista das Modinhas, primeiro ao estilo português e numa segunda fase com o contributo brasileiro, também nos Lunduns e no Fado. Sendo um instrumento harmónico substituía por vezes nos salões de concerto o cravo, no acompanhamento de árias e repertório barroco vário. Era à viola que em lisboa, no séc. XVIII e até meados do séc. XIX, se cantava as Modinhas e Lunduns, tanto ao gosto da época, e mesmo, nos seus primórdios, o próprio Fado oitocentista. Ernesto Veiga de Oliveira ...É sem dúvida a viola, montada com cinco ordens de cordas, duplas ou triplas, de metal ou de tripa de carneiro, o cordofone mais em uso no nosso país durante este período histórico. Manuel Morais O português fez para o seu instrumento nacional, porque a viola de arame é que é realmente o instrumento nacional, fez um tipo especial que se não confunde com nenhum outro. Michel Angelo Lambertini A viola esteve presente nas festas e romarias e também foi o instrumento utilizado pela Igreja na sua missão de envangelização através dos cânticos acompanhados à viola na colónia do Brasil e África. Fazer um estudo sério e aprofundado carece da consulta de muitas fontes, por vezes em terreno pouco profundo e nalguns casos inexistente. Salva-nos o facto de outros, antes de nós, terem desbravado muito do caminho o que nos incentiva a ir cada vez mais longe. Juntam-se assim muitas histórias soltas, de tudo o que se relaciona com a viola de arame portuguesa e brasileira. A prática amadora, tradicional e popular do instrumento é a sua mais relevante imagem na atualidade mas existe também um legado riquíssimo do património escrito ao longo do séc. XVIII e XIX e que urge continuar a tocar.